Ligamentos da Coluna Lombar e Pélvis
Este artigo no blog é uma visão geral dos ligamentos da coluna lombar e pelve. Para uma cobertura mais completa da estrutura e função da coluna lombar e pelve, Kinesiology – The Skeletal System and Muscle Function, 3ª ed. (2017, Elsevier) deve ser consultado.
Como com os músculos, também é útil conhecer os ligamentos da coluna lombar e pélvis para poder esticar eficazmente o cliente. Qualquer que seja a técnica utilizada, a finalidade do alongamento é soltar todos os tecidos moles que estão esticados e que restringem o movimento articular. Embora a função de um ligamento seja estabilizar e limitar o movimento dos ossos aos quais se prende, um ligamento esticado pode ser tão culpável como um músculo apertado ao restringir excessivamente o movimento de uma articulação. Portanto, quando um cliente apresenta uma coluna lombar apertada, um conhecimento básico dos ligamentos da coluna lombar e pelve é valioso.
A “acção” de um ligamento é semelhante à de um músculo antagonista. Se um músculo antagonista é apertado, ele restringe o movimento que é oposto ao da(s) sua(s) acção(ões) motora(s). Por exemplo, se um extensor de tronco (localizado posteriormente) é apertado, ele restringe o movimento do tronco anteriormente em flexão. Como o movimento limitado é geralmente para o lado do corpo oposto ao lado em que o músculo está localizado, os músculos antagonistas são às vezes chamados músculos contralaterais; contralateral significa literalmente lado oposto. Similarmente, os ligamentos tendem a ser localizados contralateralmente, no outro lado da articulação a partir do movimento que eles limitam.
Por exemplo, se o tronco resiste ao movimento de flexão, os ligamentos esticados que restringiriam este movimento estão localizados posteriormente (onde os músculos extensores do tronco antagonistas estão localizados). Se o movimento que é limitado é a flexão lateral direita do tronco, os ligamentos esticados que limitariam esse movimento estariam localizados no lado esquerdo do tronco (onde os músculos flexores laterais esquerdos antagonistas estão localizados) (Fig. 44).
Figure 44. Função ligamentar. Vista posterior de duas vértebras que ilustra como um ligamento se torna tenso e limita o movimento dos ossos de uma articulação na direção oposta à localização do ligamento. Neste exemplo, quando a vértebra superior direita se flexiona lateralmente, o ligamento intertransversal localizado no lado esquerdo torna-se tenso e limita esse movimento. Cortesia: Joseph E. Muscolino. Terapia Manual para Costas Baixas e Pélvis – Uma Abordagem Clínica Ortopédica (2015).
Como é tipicamente o caso, a rotação é um pouco mais complicada. Assim como os músculos que realizam rotação podem estar em ambos os lados do corpo em relação à rotação que criam, os ligamentos que restringem a rotação para a direita ou para a esquerda também podem estar localizados em ambos os lados do corpo. Similar à musculatura, determinar o papel de um ligamento na restrição da rotação pode ser melhor visto observando como o ligamento (parcialmente) “envolve” a parte do corpo no plano transversal.
Ligamentos da coluna lombar
Os principais ligamentos da coluna lombar são mostrados na Figura 45. Os ligamentos supraespinhosos, ligamentos interespinhosos, cápsulas fibrosas das articulações da faceta (que são ligamentosos na estrutura e portanto também funcionam para limitar o movimento), ligamento flavum e ligamento longitudinal posterior estão todos localizados posteriormente ao eixo de movimento para flexão e extensão da coluna vertebral; portanto, todos eles limitam a flexão. O ligamento longitudinal anterior está localizado anteriormente ao eixo de movimento para flexão e extensão da coluna vertebral; portanto, ele limita a extensão. Os ligamentos intertransversais estão localizados lateralmente. Eles limitam a flexão lateral ao lado oposto do corpo (flexão lateral contralateral) de onde estão localizados. Muitos destes ligamentos também actuam para limitar a rotação da coluna lombar para um lado ou para o outro.
Figure 45. Ligamentos da coluna vertebral. (A) Vista lateral direita de uma secção transversal plana sagital através da coluna vertebral. (B) Vista anterior de uma secção do plano frontal através dos pedículos da coluna vertebral em que se pode ver o sabor ligamentar no interior do canal espinhal. (C) Vista posterior que representa os ligamentos intertransversais. Cortesia: Joseph E. Muscolino. Terapia Manual para o Lombar e Pélvis – Uma Abordagem Clínica Ortopédica (2015).
(Nota: Clique aqui para um artigo sobre os ligamentos da coluna cervical.)
Nota: Fascia toracolombar e Aponeurose abdominal
Além dos ligamentos fasciais fibrosos e cápsulas articulares da região lombossacral e sacroilíaca, a fascia toracolombar posterior e a aponeurose abdominal anterior proporcionam uma maior estabilização. A fáscia toracolombar está bem desenvolvida na região lombar onde se divide para formar três camadas: uma camada posterior superficialmente, uma camada média entre a musculatura erectorial espinhosa e a musculatura transversospinal e o quadrado lombar, e uma camada anterior profunda entre o quadrado lombar e o psoas maior (ver Figs. A e B). A aponeurose abdominal é criada pelas aponeuroses anteriores dos oblíquos abdominais externo e interno (EAO e IAO) e transversus abdominis (TA) e forma uma bainha em torno da musculatura rectus abdominis (ver Figs. C e D). (Nota: A aponeurose abdominal não ensaiar totalmente o reto abdominal na sua extremidade inferior, como se vê na figura inferior de D.)
Fáscia toracolombar (A) Vista posterior. (B) Vista transversal de secção transversal plana. Aponeurose abdominal. (C) Vista Anterior. (D) Vista transversal de secção transversal plana. Figura superior: tronco superior. Figura inferior: tronco inferior. EAO, oblíquo abdominal externo; IAO, oblíquo abdominal interno; SP, processo espinhoso; TA, transversus abdominis; TP, processo transversal.
Ligamentos da Pélvis
Os ossos da cintura pélvica são bem fornecidos com ligamentos para estabilização (Fig. 46). A maioria dos ligamentos da coluna lombar continua para baixo para ligar a coluna lombar ao sacro e aos ossos pélvicos. Os ligamentos iliolombares podem ser vistos como extensões dos ligamentos intertransversais entre L4 e a pélvis e L5 e a pélvis. Dentro da própria pélvis, os ligamentos copiosos proporcionam estabilização da articulação sacroilíaca (SIJ), tanto a posterior como a anterior. Para além dos ligamentos sacroilíacos posteriores e anteriores que se ligam directamente do sacro ao osso pélvico de cada lado, note o forte e poderoso ligamento sacrotuberoso e o ligamento sacro-espinhoso posterior.
Figure 46. Ligamentos da pélvis. A articulação sacroilíaca (SIJ) está bem estabilizada a posterior e anterior pelos ligamentos. (A) Vista Posterior. (B) Vista Anterior. Cortesia: Joseph E. Muscolino. Terapia Manual para as Costas Baixas e Pélvis – Uma Abordagem Clínica Ortopédica (2015).
Ligamentos da articulação da anca
Conectando o osso pélvico ao fémur de cada lado estão os ligamentos da articulação da anca. A cápsula fibrosa da articulação coxofemoral é reforçada por três ligamentos capsulares: o ligamento iliofemoral anterior, o ligamento isquiofemoral posterior e o ligamento pubofemoral medialmente (Fig. 47). O ligamento iliofemoral limita primariamente a extensão da coxa e a inclinação posterior da pélvis na articulação coxofemoral. O ligamento isquiofemoral, devido ao seu envolvimento horizontal ao redor da articulação, limita principalmente a rotação medial da coxa e a rotação ipsilateral da pélvis na articulação coxofemoral. O ligamento pubofemoral limita principalmente a abdução da coxa e a depressão (inclinação lateral) da pélvis do mesmo lado na articulação coxofemoral. A cápsula articular é reforçada perto do colo do fémur; esta área é denominada zona orbicularis. Internamente, dentro da articulação, estão os ligamentos teres que ligam a cabeça do fêmur ao acetábulo e limitam a distração axial (tração) da articulação (ver Fig. 47).
Figure 47. Ligamentos da articulação do quadril. (A) Vista Anterior. (B) Vista Posterior. (C) Vista lateral aberta-jointada. AIIS, espinha ilíaca inferior anterior. Cortesia: Joseph E. Muscolino. Terapia Manual para as Costas Baixas e Pélvis – Uma Abordagem Clínica Ortopédica (2015). ( Modelado a partir de Neumann DA. Cinesiologia do Sistema Musculoesquelético: Fundamentos para a Reabilitação Física. 2ª ed. St. Louis, MO: Mosby Elsevier; 2010.)
Note: Este é o sétimo de uma série de 8 artigos postados no blog sobre anatomia e fisiologia da coluna lombar e pélvis.
Os artigos do blog nesta série são:
- Osso da Coluna Lombar e Pélvis
- Joções da Coluna Lombar (disco &Facet) e Pélvis
- Moções das Articulações da Coluna Lombar
- Moções das Articulações da Pélvis
- Músculos da Pélvis
- Ligamentos da Coluna Lombar e Pélvis
- Precauções para a Terapia Manual da Coluna Lombar e Pélvis
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