Taboo out. Os anos não passam em vão para nenhuma parte do nosso corpo e a vagina não é excepção. E assim como o tempo é gasto em cuidados com a pele, nutrição ou saúde física, devemos também prestar atenção às necessidades da vagina.

É um facto da vida. Esta parte do corpo feminino também sofre as suas próprias mudanças em diferentes fases da nossa existência. Sim, como você leu, a vagina muda com o tempo! E não para ficar alarmado, mas para prestar atenção e dissipar mitos absurdos sobre a vagina.

Cada fase da nossa vida requer cuidados especiais quando se trata dos órgãos genitais. A vagina sofre alterações com a idade, mas existem medidas preventivas para evitar que se tornem problemáticas e, em caso de desconforto, podem ser utilizadas medidas terapêuticas ou, se necessário, tratamentos específicos. Mas vejamos primeiro o que são essas mudanças.

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Cada fase da vida requer cuidados especiais quando se trata dos genitais

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Por que muda?

De acordo com a Dra. María Jesús Cancelo Hidalgo, vice-presidente da Sociedade Espanhola de Ginecologia e Obstetrícia (SEGO), quase todas as alterações experimentadas pela vagina estão relacionadas com estrogénios, hormonas produzidas pelos ovários. Por exemplo, o epitélio da vagina são células que respondem a estas hormonas e a sua função é fornecer protecção contra certas doenças.

Embora nem todas as alterações sejam determinadas por estrogénios. Os lactobacilos também desempenham um papel importante, pois são microorganismos chave contra infecções: regulam o pH, a acidez da vagina, que varia de acordo com a idade e é um dos mecanismos fundamentais de defesa.

Menina

Em estado de descanso

Na primeira etapa, quando nasce uma menina, a vagina é impregnada com os estrogénios da mãe e podemos encontrar alterações muito semelhantes às que encontraremos mais tarde nas mulheres em idade fértil, explica Cancelo Hidalgo. Este processo vai durar alguns dias, continua o especialista, “porque, logicamente, quando os hormônios maternos são eliminados, a menina permanece em estado de descanso até a puberdade chegar”.

Na menina que não tem produção hormonal, vamos encontrar um epitélio muito fino na vagina com muito poucas células. Também, ainda não há sinal de lactobacilos e o pH da vagina estará alto.

Puberdade

Despertar do estrogênio

Agora, na puberdade, quando os ovários começam a produzir estrogênio, a população de lactobacilos aumenta e o pH vaginal cai. As células do epitélio começam a amadurecer e a proliferar, e essas mudanças continuarão durante toda a vida fértil da mulher, diz o ginecologista Cancelo Hidalgo.

Adolescência

Os primeiros cuidados

Nesta fase da vida o que se deve ter em atenção é manter um pH adequado, para evitar o aparecimento de episódios de fungos e vaginose bacteriana, que podem causar alterações no corrimento vaginal, avisa Sandra Santiago, especialista em saúde íntima do centro BeNuren.

Os sintomas são mau cheiro, comichão e picadas na zona genital, e são geralmente causados por uma dieta desequilibrada, uso de roupa apertada, roupa molhada ou húmida durante muito tempo (roupa desportiva depois do treino, ou fato de banho no Verão) ou porque o adolescente começa a ter relações sexuais.

Gravidez e parto

Risco de laxismo e perda de sensibilidade

Parto vaginal não muda necessariamente a saúde da vagina, mas é verdade que, durante a gravidez, há maior congestão tecidual, maior taxa de hormônios e muitas mulheres mostram um aumento da secreção vaginal, diz o Dr. Cancelo Hidalgo.

Outra questão é a perda de sensibilidade. Na idade adulta, as mulheres sofrem uma mudança na sua área vaginal e pavimento pélvico, especialmente durante a gravidez, parto ou após uma episiotomia (um corte cirúrgico feito durante o parto). Após o parto vaginal, a área é muito mais solta, o que é perceptível durante a relação sexual, pois a mulher e seu parceiro podem sentir menos atrito durante a penetração, lembra o especialista do centro BeNuren.

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Após o parto, é recomendado um exame ginecológico completo para verificar o estado da vagina

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Um pequeno prolapso também pode aparecer no interior da vagina durante o parto: este é um pequeno prolapso que deve ser tratado. Segundo os especialistas consultados, um prolapso pode resultar numa flacidez dos tecidos e, sobretudo, do útero, e isto também está relacionado com certos factores como o colagénio. A consistência ou qualidade dos tecidos da mulher, que por sua vez está relacionada com o facto de ela ter ou não estrogénio.

Durante o parto, a mulher faz um grande esforço no pavimento pélvico. É por isso que seria aconselhável fazer um check-up completo para verificar o estado dos músculos e da vagina em geral. Especialmente se essa “gota de urina” escapar quando você ri ou tosse, ou se você sentir uma grande diferença durante a penetração, ou se você detectar um caroço na parede vaginal.

Menopausa

Uma revolução

Outra fase em que as mudanças na vagina são de grande importância é durante a menopausa. A mulher deixa de produzir estrogênio, volta mais ou menos à situação que tinha na infância, a população de lactobacilos diminui, o pH aumenta novamente e o epitélio da vagina torna-se fino novamente, diz o especialista da SEGO.

Againstra a falta de estrogênio, em alguns casos pode ocorrer secura vaginal, coceira e queimadura, que em algumas mulheres pode se tornar desconfortável ou doloroso durante a atividade sexual. Além disso, pode haver desbaste e problemas vaginais podem ser agravados por perdas de urina, o que se torna muito comum quando o pavimento pélvico nunca foi trabalhado e acaba por ter o seu preço, sublinha Santiago.

O impacto na vida sexual

Está claro para nós que a vagina sofre diferentes alterações com a idade e em certas fases aparecem certos sintomas que também podem dificultar a actividade sexual, quer seja jovem e tenha uma infecção por levedura, ou se foi mãe e teve uma episiotomia, ou se atinge uma fase mais madura e sofre de secura. É por isso que é importante tratar esses desconfortos precocemente, dizem os especialistas, o que pode ser facilmente evitado com o tratamento correto.

Saúde vaginal deve ser importante para nós, e embora as mulheres achem cada vez menos difícil falar sobre sexo e mudanças físicas, estudos indicam que há questões que nos deixam desconfortáveis. Por exemplo, segundo pesquisa realizada em 2018 pela empresa que fabrica o lubrificante Vagisil, apenas três em cada dez mulheres espanholas que tinham tido um problema vaginal no último ano tinham falado sobre ele. E no entanto, segundo a mesma empresa, 60% das mulheres espanholas tiveram um problema deste tipo.

Mas para além dos tabus, existe uma regra de ouro que todos devemos aplicar para manter a nossa vagina saudável: a prevenção! É melhor prevenir do que remediar, e isto também se aplica aos cuidados íntimos. Especialistas sugerem uma série de orientações que se você ainda não as segue, deve começar a fazê-lo agora!

Como cuidar da sua vagina

Higiene e roupa interior

Diáriamente, você só precisa de sabão e água para uma higiene genital adequada. Obviamente, tente fazer com que estes sabonetes sejam os menos agressivos para a microbiota vaginal, porque estes microorganismos que vivem na vagina ajudam a prevenir infecções. Você também deve evitar certos produtos para dar um bom cheiro a esta área ou substâncias que são agressivas para a vagina e a vagina. Na verdade, alguns médicos dizem que a higiene desta área deve ser feita apenas com água.

Também é aconselhável evitar roupas apertadas que possam exercer pressão contínua sobre os órgãos genitais. Em alguns casos, deve-se ter cuidado com o tipo de tecido usado em roupa interior: por exemplo, algumas mulheres são propensas a irritação por nylon. Uma boa opção é usar algodão não pintado, ou seja, calcinha branca de algodão.

Secar ao contrário

Infecções são muito comuns ao longo da vida de uma mulher. Daí a importância de se tomarem medidas preventivas. Uma delas é a higiene adequada, que devemos aprender desde tenra idade. Por exemplo, é importante que quando nos lavamos ou secamos, lavamos sempre de frente para trás para evitar o arrastamento de germes patogénicos que possam estar no recto e tentar evitar que estes se aproximem e contaminem a vagina.

Utilização de preservativos

Infecções vaginais também podem vir por contacto, através da via genital. Ao ter relações sexuais, nunca faz mal tomar medidas de prevenção de infecções como o uso do preservativo.

Prevenir a deficiência de estrogénio

As medidas preventivas também podem ser tomadas quando surgem problemas patológicos. Uma delas é a deficiência de estrogénio na menopausa. Os tratamentos podem ser feitos para ajudar a aplicar o que está faltando nas mulheres nesta fase. Caso você não queira recorrer a tratamentos com estrogênio, outra opção são os hidratantes e lubrificantes que podem ajudar a melhorar os sintomas e proporcionar maior conforto para a mulher.

Sem dobras ou produtos agressivos

Evite tudo o que possa mudar a saúde da vagina, especialmente dobras e o uso contínuo de pensos higiénicos.

Outras medidas

Lembrar que o pH, o tom e a lubrificação adequados são essenciais para a vagina. Tente manter uma higiene adequada com sabonetes neutros e uma dieta equilibrada, e se necessário, alimentos contendo lactobacillus para fortalecer a flora vaginal. Também seque bem a área após o banho. E manter o cabelo na área púbica para proteger contra infecções.

Há mudanças inevitáveis, como gravidez, parto ou o início da menopausa. Neste momento é aconselhável consultar um ginecologista e fazer uma avaliação muscular e tecidual da vagina. E peça aos especialistas informações sobre novos tratamentos, se necessário, que possam ser melhor adaptados às suas necessidades.

Tratamentos estéticos?

O vice-presidente da Sociedade Espanhola de Ginecologia e Obstetrícia sublinha que a melhor forma de manter a vagina em boas condições é optar por medidas preventivas. No caso de tratamentos estéticos, ela recomenda ser cautelosa sobre como são feitos, porque são feitos e informar-se sobre a sua eficácia e resultados a longo prazo, aspecto que ainda não foi muito estudado e sobre o qual não há resultados muito conclusivos.

Sandra Santiago aconselha fazer um check-up global após a maternidade para saber como é a área íntima, tanto em termos de tecidos como de músculos. Nas outras fases da vida de uma mulher, se ela sentir comichão, picadas ou desconforto durante o ato sexual, um estudo ginecológico deve ser realizado para abordar possíveis soluções.

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A demanda por tratamentos de rejuvenescimento vaginal continua a crescer

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A tecnologia tem avançado nos últimos anos. Assim como há mais tratamentos para rejuvenescer o rosto ou fortalecer os músculos em outras partes do corpo, também há tratamentos menos agressivos para a área íntima. BeNuren aponta dois: o laser de diodo vaginal e o treinamento vaginal.

O laser de diodo vaginal é um tratamento não invasivo (não produz queimaduras) e não é muito agressivo. Aqueles que o realizam afirmam que ele produz regeneração tecidual e cria novo colágeno naturalmente. Isto dá à vagina um pH mais saudável, fortalece as paredes vaginais e melhora a elasticidade e lubrificação do tecido. Além disso, dizem, há uma notável melhoria nas relações sexuais.

O treinamento vaginal, entretanto, é um programa de treinamento que ajuda a entender melhor o corpo e a saber como mover todos os músculos do assoalho pélvico, que tem uma função muito importante no suporte de órgãos internos como a bexiga, reto ou útero e cuja deterioração pode causar incontinência urinária e patologias mais graves, como o prolapso. O Treinamento Vaginal ensina as mulheres, através do jogo, a localizar o grupo muscular e a contraí-lo corretamente. Além disso, pode até ajudar os atletas que praticam esportes de impacto a proteger seu assoalho pélvico. Este método aumenta a força vaginal e a intensidade da penetração durante o sexo.

E quanto à vulva?

A vulva também muda com a idade, dizem os especialistas. Os receptores para estrogênio não estão apenas na vagina, mas também na pele da vulva, na área introdutória (orifício vaginal), nos lábios maiores e nos lábios menores. A passagem do tempo provoca mesmo uma mudança na morfologia: os lábios tornam-se menores e mais finos, e o tecido que os forma pode tornar-se mais propenso a lesões durante a actividade sexual.

Ateticamente, os lábios maiores começam a perder colagénio e assim começam a perder turgescência e tornam-se mais flácidos. Muitas mulheres sentem-se desconfortáveis com a aparência da sua vulva, especialmente numa era de depilação mais radical. Mas qualquer critério médico deve ter precedência sobre a estética.